Orientações para Obras de Protensão

O objetivo deste roteiro é estabelecer requisitos mínimos necessários à execução do concreto protendido pelo sistema RUDLOFF com qualidade e segurança. Destina-se a uso genérico e deve ser adaptado para casos particulares que por qualquer motivo não se enquadrem em algum item aqui especificado.

Normas Técnicas

Em todas as etapas da execução do concreto protendido, deverão ser obedecidas as Normas Brasileiras citadas a seguir. Em caso de discordâncias entre estas e a realidade, deve-se consultar o projetista e a RUDLOFF.

A execução da protensão deverá obedecer as informações do projeto estrutural. No caso da necessidade de alterações no projeto ou na existência de discordâncias entre este e as Normas Brasileiras aqui especificadas, o projetista deverá ser consultado.

CÓDIGO TÍTULO
NBR7197 – NB116 Projeto de estruturas de concreto protendido
NBR9062 – NB949 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado
NBR7187 – NB2 Projeto e execução de pontes de concreto armado e protendido
NBR7482 – EB780 Fios de aço para concreto protendido
NBR6349 – MB864 Fios, barras e cordoalhas de aço para armaduras de protensão – Ensaio de tração
NBR7484 – MB784 Fios, barras e cordoalhas de aço destinados a armaduras de protensão – Ensaio de relaxação isotérmica
NBR7483 – EB781 Cordoalhas de aço para concreto protendido
NBR11768 – EB1763 Aditivos para concreto de cimento Portland
NBR12317 – NB1401 Verificação de desempenho de aditivos para concreto
NBR10908 – MB2645 Aditivos para argamassa e concretos – Ensaios de uniformidade
NBR14432 Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – Procedimento
NM69 Concreto – Extração, preparação e ensaio de testemunhos de estruturas de concreto
NBR12655 Concreto – Preparo, controle e recebimento
NBR8953 – CB130 Concreto para fins estruturais – Classificação por grupos de resistência
NBR7680 – NB695 Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto
NBR10789 – NB1147 Execução da protensão em concreto protendido com aderência posterior
NBR10839 – NB1223 Execução de obras de arte especiais em concreto armado e concreto protendido
NBR10788 – NB1146 Execução da injeção em concreto protendido com aderência posterior
NBR5732 – EB1 Cimento Portland comum
NBR7681 – EB1348 Calda de cimento para injeção
NBR7682 – MB1760 Calda de cimento para injeção – Determinação do índice de fluidez
NBR7683 – MB1761 Calda de cimento para injeção – Determinação dos índices de exsudação e expansão
NBR7684 – MB1762 Calda de cimento para injeção – Determinação da resistência à compressão
NBR7685 – MB1763 Calda de cimento para injeção – Determinação da vida útil
NBR9607 – NB1029 Prova de carga em estrutura de concreto armado e protendido

O Aço de Protensão

O aço para execução de peças protendidas deve atender às especificações quanto aos limites de escoamento, ruptura e alongamento previstos no projeto estrutural.

As características do aço devem satisfazer às exigências das Normas Brasileiras NBR 7482 e NBR 7483, para aço CP190RB e CP190RN.

O transporte do aço, tanto da usina para o canteiro, como dentro do canteiro de obras, deve ser feito com cuidados especiais.

Recepção do Material na Obra

No recebimento do aço de protensão na obra, deverão ser verificados os seguintes itens:

  • Peso do material fornecido;
  • Sua homogeneidade quanto às características geométricas;
  • Se o aço apresenta defeitos prejudiciais, tais como: esfoliações, bolhas, fissuras, corrosões, cor, revestimentos, vestígios de chumbo, etc.;
  • Se o aço contém óleo – caso isto aconteça, este terá que ser removido antes da fabricação dos cabos;
  • Se o aço está aliviado de tensões (“aço bravo”);
  • Se o acondicionamento das cordoalhas está respeitando as seguintes dimensões aproximadas:
  • Para cordoalhas de 7 fios para protensão aderente: diâmetro interno: 76 cm, diâmetro externo: 127 cm, peso nominal: 2800 kg, altura do rolo: 76 cm;
  • Para cordoalhas engraxadas de 7 fios: em rolos sem núcleo, pesando de 1400 a 2000 kg.
  • Serão rejeitados os rolos ou bobinas de cordoalha que ao serem abertos sem tensão, mantenham a cordoalha com flecha superior a 10cm em 2 metros de comprimento.

No recebimento dos equipamentos, devem ser verificados os seguintes itens:

  • Se o equipamento é o correto para a obra;
  • Peso dos equipamentos de protensão, para dimensionar os equipamentos para o manuseio;
  • Voltagem dos equipamentos;
  • Acessórios dos equipamentos.

Estocagem dos Materiais e Equipamentos de Protensão

Recebido o material, o mesmo deve ser estocado em um local que facilite a sua amostragem e movimentação no canteiro de obra, observando-se os seguintes cuidados mínimos:

Rolos ou bobinas devem ser colocados em lugar seco, coberto e ventilado, em atmosfera isenta de agentes corrosivos. Para evitar oxidação, a distância mínima entre o aço e o solo seco deve ser de 30cm.

  • Rolos ou bobinas de diferentes partidas de fornecimento devem ser separados e identificados.
  • As partidas recebidas devem ser divididas em lotes, de acordo com as Normas Brasileiras, cuidadosamente marcadas, facilitando a amostragem para os respectivos ensaios.
  • Os cabos ao serem estocados devem ter uma plaqueta amarrada contendo o número do cabo, o seu comprimento e a partida e o lote a que pertence.
  • O ambiente de estocagem deve apresentar grau higrométrico não superior a 80%, o qual deve ser garantido por meio de aquecimento do ambiente com resistência elétrica, se necessário.
  • Quando for previsto um armazenamento muito prolongado do aço de protensão, pode-se utilizar neste a proteção com um dos seguintes óleos solúveis: Dromos-b (Shell), RGBF Soluble (Caltex), Solvag 1335 (Mobiloil), Donax-C ou equivalente, desde que sejam rigorosamente removidos antes de aplicados na obra, com banhos de água sob pressão.
  • A superfície do fio ou cordoalha a ser aplicado na obra não pode conter qualquer lubrificante, óleo ou substância capaz de prejudicar sua aderência.
  • Trabalhos de solda ou corte em maçarico não devem ser efetuados nas proximidades do aço de protensão, para não aumentar a temperatura neste e evitar que o material seja atingido por centelhas de solda. Caso seja indispensável a execução de soldas próximas ao aço de protensão, deve ser usada proteção que garanta a integridade do mesmo.
  • Os equipamentos RUDLOFF devem ser armazenados em local coberto, seguro, limpo e seco, com acesso somente de pessoal treinado e qualificado.

Confecção dos Cabos

Os cabos de protensão devem ser confeccionados no comprimento e tipos especificados nos desenhos do projeto executivo. Recomenda-se a verificação in loco destes comprimentos e o respeito aos seguintes itens:

  • Sempre que possível, deve-se evitar mudanças de equipe de trabalho na obra, para executar atividades ligadas à protensão.
  • A montagem dos cabos de protensão deve ser feita antes da colocação de condutores de eletricidade e outros dispositivos mecânicos.
  • O desenho de montagem do aço de protensão e armadura passiva deve ser devidamente estudado e entendido pelo pessoal da execução.
  • Todos os aços deverão ser verificados antes de serem empregados. Se, após o armazenamento prolongado no canteiro, ou por qualquer outra razão, existirem dúvidas sobre sua qualidade, o aço de protensão deverá ser submetido a ensaios para assegurar que ele não tenha sofrido danos em suas características mecânicas, devido à corrosão ou ao manuseio inadequado.
  • Não são admitidos fios dobrados ou torcidos durante a colocação e protensão da armadura.
  • As cordoalhas não devem ser arrastadas sobre o solo ou sobre superfície abrasiva.
  • Com o objetivo de diminuir as perdas, a confecção dos cabos deve iniciar-se pelo mais longo.
  • A oxidação no aço, quando localizada, é mais perigosa que a oxidação uniforme superficial e não será tolerada.
  • Uma oxidação superficial no aço de protensão somente será permitida se, removendo-se esta manualmente, a superfície do metal for encontrada intacta, sem nenhum poro, risco ou sinal de ataque. A superfície deverá ser cuidadosamente examinada e, em caso de dúvida, deverão ser executados os seguintes ensaios:
  • Ensaio de dobramento, comparando-o com os resultados obtidos no ensaio do mesmo aço executado com amostra colida em zona não oxidada.
  • Ensaio de tração, comparando-se o alongamento de ruptura obtido com os resultados de ensaio efetuado sobre a amostra colhida em uma zona não oxidada. Usualmente, o efeito da oxidação danosa diminui o alongamento de ruptura do material.
  • Cada cabo deve ser fabricado com aço de uma mesma bobina. Caso isto não seja possível, devem ser utilizados aços da mesma corrida, com diferença máxima de 5% no módulo de elasticidade.
  • Não são permitidas no canteiro, operações de endireitamento do aço sob qualquer pretexto.
  • O corte das cordoalhas para a confecção dos cabos deve ser feito a frio, por tesouras ou esmerilhadeiras (fixa ou manual). Conforme NBR 10789/1989, §6.4: “É vedado efetuar no elemento tensor, o corte com maçarico, bem como o endireitamento através de máquinas endireitadoras ou qualquer outro processo, pois esses procedimentos alteram radicalmente as propriedades físicas do aço.”
  • A amarração dos fios pode ser feita com arame recozido ou, alternativamente, com fita adesiva plástica.
  • As extremidades do cabo, na região das ancoragens, não devem ter amarrações, para evitar que durante a protensão, as mesmas penetrem na ancoragem, dificultando a cravação.
  • As extremidades do cabo, na região das ancoragens, devem estar limpas e isentas de respingos de nata de cimento, argamassa, oxidação ou eventuais irregularidades dos fios, a fim de se garantir o ajuste perfeito das cunhas do macaco de protensão. Eventuais respingos de nata de cimento e pontos de oxidação existentes nesta região deverão ser removidos.
  • Os cabos fabricados, estirados ou enrolados (neste caso, com diâmetro de 2,0m a 2,5m) devem ficar protegidos das intempéries.

Bainhas ou Tubos Metálicos
  • As bainhas ou tubos metálicos utilizados para os cabos de protensão devem ser estanques com relação à entrada de nata de cimento durante a concretagem.
  • As bainhas devem ser flexíveis e suficientemente resistentes, para suportar o peso do concreto depositado sobre elas, bem como solicitações de tração daí decorrentes.
  • O fornecimento de bainhas ou tubos metálicos deve ser feito em barras de 6m. No caso de emenda, deverá ser garantida a sua absoluta estanqueidade, recomendando-se a utilização de emendas das próprias bainhas ou solda, no caso dos tubos metálicos.
  • Características especiais para as bainhas ou tubos metálicos serão prescritas e utilizadas de acordo com o projeto ou autorização especifica da fiscalização, em função de processos patenteados eventualmente adotados.

Colocação dos Cabos

A operação de colocação de bainhas na forma é a mesma, tanto para cabos pré-fabricados (com ou sem aderência), quanto para os de enfiação posterior. Em ambos os casos, devem ser respeitadas as seguintes orientações:

  • Locar na forma as cotas de posicionamento das bainhas indicadas no projeto.
  • Em lajes protendidas, os cabos devem ser colocados conforme ordem definida pela RUDLOFF.
  • Colocar as bainhas na forma com fixação a cada 1,0m por meio de apoios constituídos por travessas, caranguejos, estribos ou pastilhas.
  • A fixação de bainhas deve ser feita com cuidado, para que, durante a operação de concretagem, elas não saiam da posição originalmente estabelecida no projeto.
  • A tolerância horizontal na locação das bainhas em relação à linha teórica do projeto é de 10mm nas cabeças de protensão e 20mm no interior da massa, não devendo ser acumuladas. Verticalmente, a tolerância é de 5mm em lajes e de 10mm em vigas. Se em algum caso for necessário desvios maiores do que estes, deve-se consultar o projetista.
  • Quando condições particulares assim o exigirem, a posição das ancoragens ativas e passivas poderá ser trocada, desde que com a devida autorização do projetista e da RUDLOFF.
  • O eixo dos cabos de protensão deve coincidir rigorosamente com o eixo das ancoragens e estar normal às faces da ancoragem.
  • As travessas ou estribos devem ser de preferência semi-circulares, a fim de se criar uma maior superfície de contato para a bainha e evitar que a mesma se desloque horizontalmente.
  • Não é permitido o uso de solda entre as travessas ou estribos de sustentação e a armadura frouxa.
  • Deve ser colocada armadura de fretagem e fendilhamento, tanto nas ancoragens ativas, como nas passivas, de acordo com o especificado no projeto ou conforme recomendações da RUDLOFF.
  • Na protensão com aderência, quando necessário, deverão ser feitas vedações com fita adesiva, massa de vidro ou durepox, nas emendas de bainhas, nas ancoragens ativas e passivas já colocando os purgadores, evitando assim, entrada de nata nos cabos, quando da concretagem dos mesmos.
  • Deixar purgadores para saída de ar e controle de injeção de nata, nas extremidades dos cabos. Em cabos longos, deixar purgadores nos pontos altos do mesmo, bem como purgadores nas cordoalhas mais altas da ancoragem para execução do efeito chaminé.
  • Os primeiros 50cm a partir da ancoragem de qualquer cabo, devem ser sempre retilíneos.
  • Deve-se evitar que as pessoas caminhem na obra pisando nos cabos já colocados.

Respiros de Injeção
  • A disposição dos purgadores para injeção deve ficar a cargo da empresa de protensão, com aprovação da fiscalização.
  • Podem ser utilizados purgadores de diâmetro externo de 25mm e/ou 15mm.
  • As mangueiras de injeção e suas conexões com as ancoragens e bainhas devem ter sido dimensionados e testados previamente para resistir às pressões da injeção.
  • Devem ser instalados tubos de respiro em pontos intermediários, sempre que a distância entre respiros for maior que 20m ou quando recomendado pela RUDLOFF.
  • Os respiros devem ser munidos de dispositivos de fechamento rápido (registro ou dispositivos de fechamento por dobramento ou estrangulamento) nas ligações com a bomba de injeção e em todos os respiros de saída.
  • As tubulações dos respiros utilizados como purgadores, independente de seus pontos de fixação na bainha e de saída externa na viga, devem ser dispostos de forma tal, que suas extremidades fiquem situadas acima do plano da face superior da viga.

Verificações nas Bainhas
  • Cuidados especiais devem ser tomados com as bainhas no que diz respeito à perfeita vedação de suas extremidades e rigorosa fixação das mesmas no sentido de impedir seu deslocamento, quando do lançamento de concreto.
  • Na região das ancoragens, verificar se as placas funil estão fixas nos nichos ou rebaixos, observando-se rigorosamente os ângulos de saída e dimensões de acordo com o projeto, assim como a fixação das fretagens. As bainhas devem estar sempre ortogonais com a placa funil.
  • Examinar as junções entre respiros de injeção e bainhas e estes com os cones de ancoragem, para garantir sua estanqueidade e rigidez de fixação.
  • As bainhas devem ser examinadas para a localização de todos os indícios de danos nas mesmas. Bainhas deformadas transversalmente ou perfuradas deverão ser substituídas ou reparadas por algum método aprovado pela RUDLOFF.
  • Conferir se foram colocados todos os cabos definidos em projeto, assim como a armadura passiva, incluindo armadura de fretagem e fendilhamento.
  • Verificar se há espaço útil suficiente para colocação e operação do equipamento de protensão, conforme recomendações da RUDLOFF.

Cuidados Durante a Concretagem
  • O concreto não pode ser lançado antes da inspeção das armaduras passiva e ativa.
  • O concreto a ser usado para estruturas protendidas deve ser plástico o suficiente para preencher todos os vazios em regiões de grandes concentrações de ferragem. O traço deve apresentar a resistência necessária, porém com agregados de diâmetro máximo compatível com o espaçamento existente entre a armadura. Deve ser tomado cuidado especial para preencher os vazios atrás e em torno das ancoragens.
  • Não será permitido o lançamento de concreto de grande altura ( 2m) diretamente sobre as bainhas. Neste sentido, a empresa construtora deverá prover o uso de equipamentos auxiliares (calhas, trombas de elefante, etc.).
  • Os tubos da bomba de concreto, se usada, deverão ser apoiados de forma a não encostarem nas armaduras.
  • Durante a operação de concretagem, devem ser tomados cuidados especiais para evitar que vibradores e a concentração de pessoas danifiquem bainhas e respiros de injeção e desloquem bainhas e ancoragens de suas posições definitivas. Neste sentido, recomenda-se orientar o pessoal que executa a concretagem sobre os pontos onde deverão introduzir os vibradores no concreto.
  • Não é permitido que vibradores de diâmetro maior que 60mm sejam utilizados diretamente sobre as bainhas, quando adensamento do concreto, sendo que junto às mesmas, deverão ser utilizados vibradores de pequena potência.

Cuidados Após a Concretagem
  • Deve-se verificar se ocorreu entrada de argamassa do concreto nas bainhas. Para isso, pode-se lavar as bainhas durante a concretagem ou imediatamente após esta, ou passar por elas uma bucha, a fim de retirar qualquer eventual nata de concreto que tenha penetrado nas bainhas.
  • Caso a limpeza das bainhas seja feita com água, deve ser seguida da aplicação de jato de ar nas bainhas, para a retirada completa da água, verificando-se antes se a rede de ar não se acha contaminada por óleo.

Enfiações dos Cabos

No caso de enfiação dos cabos posterior à colocação de bainhas, devem ser tomados os seguintes cuidados:

  • As bobinas de cordoalhas devem ser pré-selecionadas em função do módulo de elasticidade obtido. Em um mesmo cabo as cordoalhas utilizadas devem ter o módulo de elasticidade o mais próximo possível.
  • As cordoalhas devem estar limpas, não podendo conter óleo, oxidação, tinta, ferrugem ou qualquer outro material estranho à sua composição.
  • A operação de enfiação dos cabos deve ser feita com cuidados extremos, pois não poderá haver dobramento e nem fricção das cordoalhas contra bordas aguçadas das bainhas e cabeçotes.
  • Recomenda-se que o prazo máximo entre a operação de enfiação do cabo e a protensão seja de 15 dias.
  • As pontas das cordoalhas que ficam na parte externa dos blocos, devem ser protegidas com lona plástica, para evitar que fiquem expostas ao tempo.

Verificações Antes da Protensão
  • Preparar andaimes e dispositivos apropriados para suspensão e transporte dos equipamentos de protensão até o local dos serviços.
  • Efetuar o reparo de eventuais falhas de concretagem da estrutura.
  • Os lugares da obra onde trabalharão os operadores dos macacos devem estar limpos e organizados.
  • Determinar áreas de segurança e garantir a não permanência de pessoas nas mesmas durante as operações necessárias à protensão. Durante a protensão, enquanto a bomba está funcionando, é proibida a permanência de pessoal atrás do macaco ou na vizinhança imediata, assim como atrás de um dispositivo de ancoragem passiva, enquanto a tensão pela outra extremidade está em curso.
  • Verificar se as placas funil estão limpas de quaisquer impurezas, com as inclinações especificadas e sem irregularidades.
  • Verificar a integridade do concreto nos nichos e em todas as superfícies aparentes. Se for detectada qualquer anormalidade com vazios ou porosidade anormal no concreto, a operação de protensão deve ser suspensa até que o problema esteja solucionado e a RUDLOFF avisada.
  • Verificar se os blocos de ancoragens estão colocados com todos os seus clavetes (cunhas).
  • O equipamento de protensão deve estar em perfeito funcionamento. Para isso, deve ter os manômetros aferidos antes da primeira utilização e sempre que houver suspeita de indicações incorretas, a critério da fiscalização e da RUDLOFF.
  • Na obra, recomenda-se as seguintes verificações no equipamento de protensão:
  • Verificar a limpeza do equipamento, especialmente as cunhas e seus apoios no macaco;
  • Verificar as condições e extensão dos cabos de força das bombas elétricas;
  • Verificar o nível de óleo das bombas;
  • Verificar a aferição dos manômetros;
  • Verificar o aterramento e a voltagem de todos os dispositivos elétricos;
  • Conectar todos os cabos e mangueiras e instalar o manômetro;
  • Ligar a bomba e testar a abertura do macaco, verificando não haver vazamentos;
  • Verificar os documentos de aferição dos manômetros e anotar as pressões que deverão ser atingidas para a introdução da força de protensão.
  • Um manômetro padrão como aferidor poderá permanecer na obra, para o acompanhamento das operações de aferição a cada 200 operações de protensão, ou quando exigida aferição devido a anomalia aparente.
  • Fazer de forma clara e visível a numeração dos cabos junto às ancoragens ativas e passivas, para evitar protender cabo fora da seqüência de protensão estipulada em projeto.
  • Verificar no projeto as indicações de protensão necessárias ao andamento da operação (força de protensão e alongamento para cada cabo; extremidades do cabo que serão protendidas; resistência mínima do concreto na ocasião da protensão; etapas de protensão; ordem de protensão dos cabos). Caso estas informações não estejam claras, o projetista deve ser consultado.
  • O manuseio inadequado do equipamento de protensão pode danificá-lo e causar acidentes pessoais. Assim, somente pessoal treinado poderá operá-lo.
  • Corrigir os alongamentos teóricos através dos ensaios dos lotes de cordoalhas.
  • Fazer uma planilha de protensão com os dados de projeto e ensaios.
  • O concreto somente poderá ser protendido quando tiver alcançada a resistência mínima para poder suportar as tensões concentradas nas regiões da ancoragem. Caso este valor não esteja claro no projeto estrutural, o projetista deve ser consultado. A verificação da resistência do concreto antes de iniciada a protensão deve ser comprovada por ensaios de ruptura em corpos de prova.
  • Deve ser providenciada tabela padrão RUDLOFF para o registro do histórico de cada cabo, contendo pelo menos os seguintes dados:
  • Elemento da estrutura que está sendo protendido;
  • Número do cabo;
  • Tipo do cabo;
  • Pressão manométrica teórica a aplicar;
  • Alongamento teórico total previsto;
  • Pressões manométricas parciais, correspondentes às etapas de protensão previstas;
  • Alongamento obtido no cabo.
  • Notificar a fiscalização sobre o início da operação de protensão.

Recepção do Material da Obra
  • O encarregado da obra da parte de protensão deve ter 5 anos de experiência neste tipo de trabalho.
  • A protensão deve seguir a seqüência determinada pelo projetista em plano de protensão contendo os seguintes itens básicos:
  • Força de protensão e alongamento para cada cabo;
  • Resistência mínima do concreto na ocasião da protensão;
  • Número de etapas de protensão;
  • Ordem de protensão dos cabos;
  • Variação (valores mínimo e máximo) admitida para o alongamento do cabo.
  • Cuidados especiais devem ser tomados por ocasião da instalação do macaco e colocação das cunhas, para que o mesmo fique perfeitamente apoiado no bloco, evitando-se desta forma que ao iniciar a protensão, alguns fios sejam estirados antes dos demais.
  • O macaco deve ser posicionado sem carga na cordoalha a ser tracionada, assentando-se devidamente sobre a ancoragem. Se houver alguma falha no seu posicionamento, o macaco deve ser retirado e recolocado. Evitar fazer qualquer ajuste depois de introduzida alguma carga.
  • Quando a protensão é feita pelas duas extremidades, o aumento da pressão nos dois macacos deve ser feito simultaneamente e em intervalos iguais. Após a operação, recomenda-se que o descunhamento dos macacos seja feito um após o outro, evitando-se que seja simultâneo.
  • Durante a protensão, devem ser medidos na obra os alongamento dos cabos e as correspondentes pressões hidráulicas nos manômetros, cujos valores deverão ser apresentados em planilha.
  • Se a cordoalha for tracionada pelas duas extremidades, os alongamentos de cada uma deverão ser somados, para se obter o alongamento total no cabo.
  • Após a cravação, deve ser examinada a existência de eventuais escorregamentos dos fios. Através destes controles, a fiscalização poderá decidir sobre a aceitação ou não das peças.
  • O alongamento será calculado baseando-se nos ensaios de cabo fornecido em relatório por laboratório idôneo. Neste relatório, deverá constar o diagrama tensão/deformação, o módulo de elasticidade e a área do aço a ser usado na peça.
  • Não é permitido tracionar os cabos com força além da especificada, numa tentativa de atingir o alongamento teoricamente calculado.
  • Suspender a operação de protensão se houver qualquer dúvida sobre o processo ou elementos que o compõe.

Aprovação da Protensão
  • Os alongamentos obtidos na protensão de cada cabo e lançados em planilha adequada, devem ser enviados à RUDLOFF. Esta fará os cálculos necessários e encaminhará os resultados à fiscalização e/ou calculista, para a devida apreciação e posterior aprovação.
  • Conforme NBR 7197/1989, §10.5.2.6: “Na falta de indicação específica no projeto, os valores de alongamento que se afastem de 10% dos valores previstos devem ser comunicados ao responsável pela obra, para interpretação e conseqüente liberação ou eventual tomada de medidas corretivas.”
  • As causas mais prováveis de valores de alongamentos inadequados são:
  • Movimentação da referência usada para medir o alongamento;
  • Medição errada, devendo-se verificar o instrumento de medida;
  • Leitura errada do manômetro de pressão, devido a erro nas tabelas de aferição;
  • Apoio errado do macaco;
  • Atrito excessivo ao longo da cordoalha;
  • Colocação errada da cordoalha;
  • Colocação errada das cunhas;
  • Variação nas propriedades do material, particularmente no módulo de elasticidade e na área do aço;
  • Escorregamento na ancoragem passiva;
  • Concretagem defeituosa na região de ancoragem, provocando esmagamento ou deformação excessiva;
  • Outras.
  • No caso da não aprovação dos resultados de protensão, deverão ser tomadas medidas de correção com a colaboração da fiscalização e do projetista, que poderão solicitar desde a reprotensão dos cabos ou até sua substituição conforme a gravidade do problema encontrado.
  • Após a aprovação da protensão, deverão ser iniciados os trabalhos para corte das pontas de cordoalhas e injeção dos cabos.
  • Conforme NBR 10788/1989, §4.2: “A injeção deve ser efetuada o mais rapidamente possível após protensão dos cabos. O prazo máximo recomendável entre a colocação em tensão e a injeção é de oito dias.”

Corte das Extremidades e Fechamento dos Nichos
  • As pontas das cordoalhas devem ser cortadas junto ao bloco, ficando aproximadamente 3cm para fora do clavete (cunha).
  • O corte das cordoalhas para a confecção dos cabos deve ser feito a frio, por tesouras ou esmerilhadeiras (fixa ou manual). Conforme NBR 10789/1989, §6.4: “É vedado efetuar no elemento tensor, o corte com maçarico, bem como o endireitamento através de máquinas endireitadoras ou qualquer outro processo, pois esses procedimentos alteram radicalmente as propriedades físicas do aço.”
  • Após o corte das cordoalhas, deve ser feito um apicoamento na superfície de concreto, limpeza dos blocos, execução de ferragem (quando for o caso) e colocação de forma juntamente com as mangueiras para injeção.
  • Após limpeza dos nichos, deve ser efetuada sua concretagem ou grouteamento. Eventualmente, os nichos poderão ser vedados com o uso de durepox.

Injeção dos Cabos de Protensão

Após a análise da protensão e liberação dos cabos, deve ser feita a operação de injeção de nata de cimento nas bainhas, conforme recomendações a seguir.

  • Toda a operação de injeção deve ser executada com equipamentos RUDLOFF.
  • Para a execução dos serviços de injeção, todos os funcionários deverão obrigatoriamente usar os equipamentos de proteção – EPI’s – tais como, capacete, botas de borracha, luvas de borracha, máscara de proteção facial cristal, etc.
  • Todos os cabos aderentes devem ser injetados a fim de proteger a armadura de protensão e garantir seu funcionamento como peça aderente.
  • A injeção deve ser feita de modo contínuo e sem golpes. Deve ser suficientemente lenta para não provocar a segregação da pasta de cimento.
  • Não se recomenda executar a injeção com a temperatura ambiente acima de 30º C. Se a operação for assim mesmo necessária, deve ser utilizada nesta água a baixa temperatura.
  • As injeções serão realizadas a partir do ponto mais baixo de cada cabo, com a calda de injeção, devidamente ensaiada e aprovada pela fiscalização.
  • A água a ser usada na fabricação da pasta deve ser potável, sem conter impurezas, matéria orgânica ou quaisquer outras substâncias que possam conferir mau desempenho à calda e à sua aderência com as peças e estruturas com as quais está em contato. É desejável usar água resfriada entre 5ºC e 10ºC na preparação da calda, para se poder manter uma faixa de consumo a/c, em peso, entre 0,38 e 0,42.
  • A água pode ser armazenada em tambores limpos ou em reservatórios tipo caixa de água, que permitam a introdução de barras de gelo para conservá-la resfriada à temperatura desejada. Devem ser tomados cuidados para que não ocorram contaminações na água armazenada, por elementos nocivos.
  • O cimento da nata de injeção deve ser Portland comum, sem adições, ou cimento de alta resistência inicial. Deverá respeitar a NBR5732 e estar em temperatura inferior a 30ºC, obedecendo as seguintes restrições:
  • Em nenhuma hipótese poderá ser usado com sua temperatura de fabricação;
  • Teor de cloro proveniente de cloretos: no máximo igual a 0,10%;
  • Teor de enxofre proveniente de sulfetos: no máximo igual a 0,20%.

A RUDLOFF sugere os seguintes cimentos, na ordem:

  1. CP I – 32
    2. CP I S – 32
    3. CP II E – 32 (desde que se faça ensaio e o cimento atenda as restrições acima)
    4. CP II Z – 32
    5. CP II F – 32
  • Para a nata de injeção apresentar as boas condições aqui especificadas, deverá ser usado em sua composição cimento com menos de 15 dias de armazenamento na obra. Além disso, recomenda-se que no armazenamento do cimento não seja efetuado um empilhamento superior a 4 camadas.
  • Os aditivos a serem usados na calda devem ser plastificantes, na dosagem de 0,3 a 1% do peso do cimento utilizado. Para atender os requisitos de expansão ou, no mínimo, retração nula, poderá ser usado um aditivo expansor ou um aditivo plastificante que alie as qualidades de expansor.
  • Quando um aditivo expansor for empregado, a expansão total livre deve ser no máximo 7% do volume inicial de calda, medida 3 horas após a mistura, conforme NBR 7683.
  • Não é admitida calda cujo índice de fluidez ultrapasse o valor 18 segundos, durante o período de 30 minutos, após a conclusão da mistura, determinado conforme NBR 7685.
  • A pasta de injeção deve atender os seguintes requisitos:
  • Alcalinidade e ausência de elementos agressivos, que ataquem a armadura;
  • Apresentar resistência suficiente após a pega (fck28 fck da obra ou fck28 fck25 MPa);
  • Preencher totalmente os espaços livres, sem deixar remanescentes de água ou ar (por isso, não é permitida a injeção com ar comprimido);
  • Apresentar fluidez adequada, necessária ao bom funcionamento das máquinas, durante tempo que confira segurança a toda a operação de injeção prevista;
  • Ter índice de fluidez, imediatamente antes de ser injetada, não excedendo o valor de 18 segundos, determinado pelo funil de Marsh, conforme NBR 7682;
  • Conter água isenta de teores prejudiciais de substâncias estranhas, com pH entre 5,8 e 8,0 e os seguintes limites máximos:
  • Matéria orgânica: 3mg/l
  • Resíduo sólido: 5000mg/l
  • Sulfatos: 300mg/l
  • Cloretos: 500mg/l
  • Açucar: 5mg/l;
  • Conter a menor quantidade de água possível (para isso recomenda-se o uso de um plastificante, que reduz o volume de água necessário);
  • Ser homogênea, o que será conseguido através da agitação mecânica, cuja rotação seja maior ou igual a 1500rpm no motor;
  • Não apresentar segregação (para isso recomenda-se o uso de um anti-segregante);
  • Ter expansão sólida no mínimo nula, ou seja, ausência de retração.

A ordem usual para introdução dos materiais na misturadora (salvo indicação diferente do fabricante do aditivo), é a seguinte:

  1. Água
    2. Aproximadamente 2/3 do cimento
    3. Aditivos
    4. Restante do cimento.
  • A mistura da calda de injeção deve ser feita mecanicamente, com equipamento RUDLOFF. Não é admitida mistura manual.
  • A calda, logo após fabricada, deve escoar para o recipiente de recepção e estocagem, onde deve permanecer continuamente em movimento, inclusive durante a operação de injeção. Em hipótese alguma pode ser acrescentada água nesse recipiente, para melhorar a fluidez da calda.
  • A água exsudada deve ser no máximo 2% do volume inicial da calda, medida 3 horas após a mistura, conforme NBR 7683.
  • A calda deve ser injetada em um tempo tal que pelo menos 70% da expansão total livre ocorra dentro da bainha.
  • Durante a injeção de cabos com várias curvaturas, quando a pasta de injeção sai em um purgador com consistência idêntica à da pasta de entrada, ele deverá ser fechado e deve-se continuar a injeção até o próximo purgador, e assim sucessivamente até a pasta sair na extremidade oposta do cabo.
  • O fechamento dos purgadores intermediários deverá ser feito por meio de dobramento e amarração, após verificar que a nata escoa em cada um deles sem bolhas de ar e com fluidez idêntica àquela da nata de entrada.
  • Após o fechamento dos eventuais purgadores intermediários e, sucessivamente, do de saída, deve-se manter a calda com pressão de trabalho acrescida de 0,1MPa, durante pelo menos um minuto. O respiro de injeção poderá então ser fechado, sem qualquer perda de nata na operação.
  • O corte ou remoção dos respiros poder ser efetuado somente após decorridas pelo menos 24 horas do término das operações de injeção.
  • Os incidentes que poderão ocorrer mais comumente na operação de injeção são entupimento e fugas de nata. Quaisquer incidentes que ocorram na operação de injeção devem ser informados à Rudloff e ao projetista, para serem então solucionados conforme recomendações destes.
  • Na ocorrência de qualquer acidente durante a operação de injeção, devem ser tomadas providências para sua correção, devendo o fato ser devidamente registrado.
  • Decorridas 24h do término da injeção e após verificação do completo preenchimento do tubo e respiros de injeção, estes devem ser cortados cuidadosamente.